Todo o clima de jogo dava a pinta de uma grande conquista. O tempo frio e chuvoso deixou o gramado enlameado, a bola viva e as divididas sempre deixando as canelas em pânico.
O primeiro tempo foi de um verdadeiro chocolate do Cruzeiro. Atacando desde o início, perdeu uma grande chance logo aos 3 minutos, quando Diego Torres cruzou, Adriano desviou e a defesa salvou sobre a linha. No escanteio, Alex levantou na cabeça de Diego Torres, que acertou o ângulo da meta de Roger: Cruzeiro 1 a 0.
Aos 8, o veterano atacante Sandro Sotilli deixou Anderson Ijuí em condições de marcar. Este chegou a driblar o goleiro Fábio, mas chutou por cima. Seguindo à frente, o Estrelado avançava com velocidade e num destes ataques, Adriano foi lançado pela esquerda e foi derrubado na área por Roger: pênalti que Alex cobrou com força no canto baixo esquerdo, dobrando o placar: Cruzeiro 2 a 0.
No minuto 29, Jô passou por Russo e cruzou. O zagueiro Léo, como atacante ajeitou de cabeça e Diego Torres completou: 3 a 0 para o Cruzeiro. O massacre continuava. Aos 34, Jô bate da entrada da área, rasteiro, com perigo. Aos 40, novamente Jô passou “de viagem” por Russo e bateu para o gol e Sidnei salvou. Russo no lance sentiria a virilha e deixaria o campo.
Na volta do intervalo, houve um recuo natural do time da casa. Tendo em mãos o resultado que lhe dava o objetivo tão sonhado, era natural que a equipe tratasse de preservar o escore. Mas a consequência natural seria o avanço do Brasil. E o time serrano chegou aos primeiro gol aos 9 minutos. Sandro Sotilli recebe na área e faz a parede para a chegada de Diógenes, que arrematou com força. A pelota ainda tocou na trave e entrou: 3 a 1.
Prevendo as dificuldades, o técnico Benhur Pereira sacou Diego Torres e colocou Cláudio, para compor um sistema com três zagueiros e tendo apenas Alex Goiano (que entrou no lugar de Adriano, ainda no primeiro tempo). E o Brasil segui pressionando e obteve um pênalti, duvidoso, de Cláudio em Fabinho. Magno converteu a infração aos 29 minutos.
O jogo então se tornava dramático e o Cruzeiro estava a 15 minutos da primeira divisão. Com esta consciência, tratou de valorizar a posse da bola, ganhando todo o segundo possível. Resistindo bravamente contra um não menos bravo Brasil, o placar foi mantido até o apito final de Leonardo Gaciba, que foi o estopim para grande vibração dos jogadores, comissão técnica e sua torcida, que entoava: “ Ôôôôô, o Cruzeiro voltou, o Cruzeiro voltou, o Cruzeiro voltou, ôôôôô!”
Ficha técnica
Cruzeiro 3 x 2 Brasil-FA
Local: Estrelão (Porto Alegre). Arbitragem: Leonardo Gaciba, com José Franco Filho e Edelmar Palmeira. CA: Patrola, Goiano, Tiago e Diego (C); Roger, Russo, Sidnei, Eduardinho, Odair (B). Gols: Diego Torres 4, Alex (pênalti) 18 e Diego Torres 29/1T; Diógenes 9 e Magno (pênalti) 29/2T.
Cruzeiro: Fábio;Alex, Léo, Sandro, Patrola; Almir, Mateus Foguinho (Diego), Tiago, Diego Torres (Cláudio); Jô, Adriano (Alex Goiano). Tpéc.: Benhru Pereira
Brasil-FA: Roger; Russo (Odair), Rafael Lopes, Sidnei, Fabinho; Tiago Rocha, Kiko (Diógenes), Eduardinho, Anderson Ijuí (Magno); Sandro Sotilli, Kito. Téc.: André Luiz
Ainda hoje, São Paulo 0 x 0 Lajeadense. Classificação: 1) Cruzeiro, 10; 2) Lajeadense, 7; 3) São Paulo e Brasil-FA, 5. Domingo: Lajeadense x Cruzeiro, Brasil-FA x São Paulo.
Galeria de Fotos
Entrada do Cruzeiro em campo para entrar na história.
Time e mascotes do Cruzeiro: em 2011, esta cena se repetirá na Série A.
O valente time do Brasil de Farroupilha, que segue vivo na Segundona.
Diego Torres (10) comemora o primeiro gol.
Gramado encharcado e jogo disputado palmo a palmo.
Alex (2) sai em comemoração do segundo gol, de pênalti.
O segundo tempo o Brasil foi para cima e quase complicou a classificação cruzeirista.
Alívio ao final da partida: comemoração em campo entre jogadores e torcida.
Destaque em campo, Jô ao lado de seu pai.
Um dos grandes responsáveis pelo sucesso deste time: o competente técnico Benhur Pereira.
Texto e fotos: Alexandro Gomes
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