“Fico emocionado em recordar tudo que passei no Grêmio. Foi
onde tudo começou. Seu Abílio dos Reis me levou pela mão até o portão do
Monumental e me deixou lá, caminhei em direção ao pórtico, pelo Largo dos
Campeões. Foram quatro anos morando nas dependências do estádio, embaixo das
cadeiras, onde havia o alojamento para a gurizada da base. Todos os dias eu
acordava e olhava aquele gramado lindo, sempre bem cuidado e sonhava um dia
jogar como profissional lá dentro. Agradeço demais ao clube que me projetou
para o mundo do futebol. Não fosse pelo Grêmio, talvez eu nem tivesse realizado
meu sonho de ser jogador. Muito obrigado Imortal pelos maravilhosos oito anos
que joguei neste palco. Para sempre o Olímpico Monumental terá um lugar cativo
no meu coração”, emociona-se.
Um
dos gols que Rodrigo Gral sempre salienta na sua carreira ocorreu justamente no
local onde a partir deste domingo, 19h, não mais verá partidas de futebol. O
ano era 1997 e pelas oitavas de final da Libertadores da América o Grêmio
enfrentava o Guarani, do Paraguai. Na partida de ida derrota por 2 a 1. O
resultado de 1 a 0 favorável aos gaúchos estava mantido até os 45 minutos da
etapa complementar. No entanto, num vacilo defensivo o adversário empatou o
jogo. O Olímpico calou-se espantado. Quem conta mais é Gral.
“Nos olhamos sem entender aquele resultado. Demos o centro e
logo em seguida perdemos a bola. Nossa defesa recuperou e a jogada começou lá
atrás com o recuo para o Danrlei. Ele abriu na esquerda para o Roger que fez um
lançamento de mais de 50 metros. O Marcos Paulo desviou e a bola bateu no Paulo
Nunes que quando foi dominar deixou para mim que entrei rápido, dei dois toques
nela e desviei do goleiro. Foi emocionante demais. Depois nos classificamos nos
pênaltis, lembro bem”, conta Gral com um sorriso no rosto.
Ao
longo das temporadas no Estádio Olímpico, o catarinense de Chapecó, que começou
a defender as cores gremistas em 1994, conquistou diversos títulos no
Monumental. Fica a lembrança na alma.
“Não tem como esquecer os melhores momentos que passei lá
dentro. As lágrimas escorrem, não tem como ser diferente. Meu adeus ao Olímpico
Monumental, do fundo da alma. Obrigado Grêmio”, finalizou.
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