domingo, 31 de março de 2013

Galo vence e respira


No Domingo de Páscoa, feriado em que os cristãos comemoram a Ressurreição de Jesus Cristo, o Santa Cruz fez o que parecia um milagre. Sem fazer gols há mais de 640 minutos, com 17 gols sofridos nos últimos cinco jogos, e com a pressão de um jogo que poderia confirmar matematicamente a ida para o inferno do rebaixamento em pleno ano do centenário, o elenco mostrou atitude, uma atuação média e contou com a apatia do adversário para bater o São Luiz - vice campeão da Taça Piratini - por 3 a 0, no estádio dos Plátanos, em partida válida pela quinta rodada da Taça Farroupilha. Milagre de Páscoa?

Os gols foram marcados por Baroni aos 15, Lucas Sotero - um golaço - aos 17 e Gabriel Ganzer, aos 45, todos no segundo tempo.

Agora, com 10 pontos, o Galo recorre à calculadora como os cristãos ao terço, e reza por resultados paralelos no fechamento desta rodada. Se antes estava praticamente morto, segue respirando com aparelhos, com novo fôlego na tabela. Se o Novo Hamburgo perder para o Caxias, e Pelotas e Cruzeiro empataram, as chances do Santa Cruz, que pareciam mortas e muito distantes, passam a ser reais e palpáveis na próxima rodada.

JOGOS FINAIS

As duas últimas partidas seguem sendo de vida ou morte para o Galo. No domingo que vem, 7, o Santa Cruz recebe o São José, às 16 horas, novamente nos Plátanos. Na rodada final, no domingo seguinte, dia 14, o duelo será contra Esportivo, em Bento Gonçalves, no Estádio parque Montanha dos Vinhedos, às 16 horas.

O São Luiz, por sua vez, que ainda busca classificação aos matas desta Taça Farroupilha, recebe o Esportivo no domingo que vem, no 19 de Outubro, às 20 horas, em Ijuí, e fecha o campeonato contra o Canoas, fora de casa, no dia 14, às 16 horas.

O JOGO

1° TEMPO

Com novo sistema de jogo, o Santa Cruz começou mais firme na defesa. Ao invés de três zagueiros, três volantes. Sem muita força no quesito velocidade, a equipe de Tonho Gil preferiu valorizar a posse de bola nos minutos iniciais. O São Luiz, que poderia tentar uma pressão, não o fez. Parecia acomodado, esperando o resultado chegar.

A melhor chance de toda a primeira etapa saiu dos pés de Juba. Ou melhor, da coxa dele. Depois da cobrança de escanteio da esquerda, Juba concluiu com a parte superior da coxa, mas a bola passou por cima. Enderson deu um golpe de vista. Pelo lado do Galo, Lucas Sotero era um dos mais lúcidos. Ele deu dois bons chutes, aos 22 e aos 30, tentando superar a boa defesa do goleiro Oliveira. Apesar de muitos erros de passes, a equipe carijó mantinha com alguma segurança a posse de bola.

O primeiro tempo foi fraco, e antes do apito final no primeiro tempo, Juba driblou Enderson, mas na hora da conclusão o goleiro do Galo conseguiu se recuperar e tocar para fora. Susto.

2° TEMPO

No segundo tempo, o jogo foi bem diferente. Leandro Machado pediu para que sua equipe saisse e pressionasse o Galo. Tonho deu mais liberdade aos meio-campistas, que desde os primeiros movimentos levaram vantagem no confronto direto com os adversários. Tudo aquilo que não dava certo até então, começou a se encaixar no Galo.

Com bom volume de jogo e com organização e lucidez, a emoção máxima do futebol, que o Santa Cruz não conhecia há mais de 640 minutos, apareceu. E com sentimentos que há tempos não se via nos Plátanos: raça, atitude e determinação. Aos 15, o canhoto Welington Baroni invadiu a grande área e de perna trocada chutou o mais forte que conseguiu na meta de Oliveira. Galo 1 a 0. Assanhado, o tento da segurança e da primeira vitória após cinco derrotas em sequência. Aos 17, Lucas Sotero fez uma pintura. Adentrou a área driblando os marcadores, e com a direita tocou na saída do arqueiro alvirubro. Galo 2 a 0 no vice-campeão da Taça Piratini.

Tonho colocou Marcelinho em campo, e o setor defensivo segurou os 30 minutos finais, sem levar gol, depois de ter levado 17 nas últimas cinco. Aos 45, Diego Teles, como se fosse um camisa 10 à moda antiga, lançou Gabriel Ganzer em alta velocidade, para marcar o terceiro. Galo 3 a 0. E o torcedor, na saída dos Plátanos, se pergunta: ainda dá pra acreditar?

Ficha técnica
Santa Cruz 3 x 0 São Luiz
Local: Plátanos (Santa Cruz do Sul)
Árbitro: Diego Almeida Real
CA: Diego Teles, Maurinho, Teda (SC); Danilo Báia, Marcelo Oliveira (SL)
Gols: Wellington Baroni 15, Lucas Sotero 17 e Gabriel Ganzer 45/2T
Santa Cruz: Enderson; João Neto, Teda, Héverton e Wellington Baroni; Diego Teles (Ygor), Maurinho, Léo Maringá, Élton (Marcelinho) e Lucas Sotero (Gabriel Ganzer); Lucas Silva. Técnico: Tonho Gil
São Luiz: Oliveira; Júnior Barbosa, Thiago Costa, Marcel e Adãozinho; Baiano, Chicão, Danilo Báia e Washington; Juba e Eraldo. Técnico: Leandro Machado

Fonte: Redação Portal Gaz

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