Um público de 12.279 pessoas viram o futebol gaúcho dar mais um vexame: mesmo vencendo, o Juventude não obteve o placar que precisava e deu adeus à Série D do Campeonato Brasileiro, juntando-se a Cerâmica e Cruzeiro nesta divisão e Caxias e Brasil de Pelotas na C. O Xavante ainda fez pior: consequiu registrar um jogador em condições irregulares e foi rebaixado à quarta divisão.
No jogo de hoje em Caxias do Sul, o Juventude até deu mostra que iria reagir, com o gol logo a 1 minuto de Zulu. Mas em dois minutos, o Mirassol virou com Henrique Dias aos 5 e Vitor aos 7. Aos 15, Cristiano empatou, o que deixava o Papo na necessidade de fazer mais três gols. Mas apenas um seria marcado, já no segundo tempo, pelo argentino Nico Martínes, aos 46.
Assim, de forma melancólica, o Juventude até segunda ordem, está fora da disputa de um Campeonato Brasileiro, o que não acontecia desde 1992. A não ser que o clube venha pela Copa Laci Ughini ou o Gaúchão de 2012 obter uma vaga.
E assim termina a participação gaúcha nas Séries C e D. E abre uma discussão: como clubes do interior de Pernambuco (Salgueiro), Rio de Janeiro (Duque de Caxias), Santa Catarina (Joinville e Chapecopense), Pará (São Raimundo), dentre outros, conseguem acesso nas competições nacionais e nenhum clube gaúcho consegue? Ns últimos anos apenas descensos são verificados e excetuando a campanha do Caxias em 2001 em que quase subiu para a Série A, nada mais de relevante foi conquistado. E o Juventude, que passou 12 anos na primeira divisão, rolou ladeira abaixo até a quarta categoria.
E o que a Federação Gaúcha de Futebol faz a respeito? Hoje em Caxias do Sul o presidente não apareceu para apoiar seu filiado. Mas o que esperar de uma entidade que nem seus campeonato dá visibilidade no seu horrendo site, que quanto mais mexe, mais piora. Não fosse a colaboração de vários companheiros, os torneios de base seriam clandestinos. E agora teremos a Terceirona Gaúcha, que foi "tucanada" como Segunda Divisão, que por sua vez foi denominada Divisão Intermediária. Que Deus nos acuda!
Peço escusas pelo desabafo, mas é revoltante que o futebol do interior gaúcho, outrora tão forte e pujante, se arraste por campos esburacados e enlameados dos pampas, muitas vezes sem policiamento, ambulância e sequer uma rádio para transmitir e quase sempre sem público e divulgação. Diria o outro: oremos.

O futebol do interior tem um problema histórico que se chama grenalismo. É uma matemática simples: pra manter a "grandeza" da dupla da capital, a FGF precisa ajudar a aniquilar o interior. E depois vem com essa história de conseguir cotas de tv. Não adianta dar 800 mil pra cada time do interior e dar 8 milhões pra cada um da dupla. Além disso, o apoio a quem tem interesse em representar o estado é falso. Dois exemplos envolvendo o meu Xavante: quando contratou o Cláudio, pediu informações pra FGF e pra FMF(Fed. Mineira), assim como faz com todos os atletas que contrata. Recebeu como resposta dois documentos com carimbo vermelho bem grande "nada consta", ou seja, ambas garantiram ao clube que o atleta estava liberado e sem punições a cumprir. Por isso o atleta foi escalado. Depois de tudo, quando o caso foi para o STJD, o presidente da Federação Paulista de Futebol alardeava à midia do seu estado de que "o Santo André não cairia". No dia do julgamento, o próprio representante da FPF reuniu-se com os auditores, enquanto Novelletto estava brincando de Ricardo Teixeira com a Seleção Brasileira.
ResponderExcluirE tem mais. No caso Xavante, ainda, o atleta havia sido julgado a revelia, o que é inconstitucional. Inclusive, foi citado e aceito no tribunal, mas não foi relevado, pois tudo já estava acertado entre FPF e STJD.
Que papelão está fazendo a FGF em relação aos seus filiados do interior...
E vem aí um recadastramento pra arrecadação. E não é pouca. Deem uma olhada no site oficial da Federação.
Alexandre Maciel