Chega um momento em que não basta apenas a garra e determinação dentro de campo para vencer. Poucos enxergam o quanto é complicado ser atleta profissional e as dificuldades que a maioria passa ao longo da carreira, que é curta, perto de outras profissões. Inegável que é prazeroso e salutar, pois foi o que escolhi ainda menino lá na periferia de Belém, capital do Pará. Nos últimos meses defendi com todo meu brio as cores do Esporte Clube Pelotas, importante agremiação no Rio Grande do Sul. Pude ajudar e ser decisivo, graças a Deus, em três títulos consecutivos, algo que há muito tempo não ocorria em uma equipe do interior deste Estado citado. Desde já quero agradecer aqui toda a força dos verdadeiros torcedores áureo-cerúleos, que ao lotarem a Boca do Lobo tornavam o estádio um caldeirão e arrepiavam todos que estavam em campo. Também cabe salientar a importância deste grupo de jogadores, meus companheiros diários nas batalhas. E, à diretoria, pela compreensão.
Estou dizendo adeus. Tenho convicção que honrei esta camiseta em todas as partidas que disputei. Foram 32 jogos, com 15 vitórias, 10 empates e média de somente 0,78 gols sofridos, além de pênaltis defendidos e convertidos. Apesar disso, por razões particulares, meu contrato foi rescindido esta tarde. Não interpretem em nenhum momento que isto acontece pela situação delicada na tabela de classificação. Até porque desde o final do ano passado estava pesando acontecimentos (ou a falta deles) para tomar esta atitude. Apenas protelei o que hoje foi definido. Tenho certeza que a fase vira e o Lobão se recupera, saindo de onde está no momento. E esta decisão é uma questão do homem Paulo Sérgio, que tem caráter e hombridade.
Fiquem com Deus e novamente, obrigado aos torcedores e jogadores por todo o apoio.
Um abraço,
Paulo Sérgio dos Santos Chagas
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