terça-feira, 15 de março de 2011

Brasil vence a ‘batalha’ contra o Bagé

Em um jogo típico de Segundona Gaúcha, Brasil supera a retranca e a pancadaria para virar o marcador em cima do jalde-negro se isolar na liderança

Na noite desta segunda-feira, o Brasil entrou em campo pela terceira vez nesta Segundona Gaúcha. Mas não é nenhum exagero dizer que foi somente neste jogo contra o Bagé, o lanterna da Chave 1, que o time Xavante encarou a verdadeira guerra que é a disputar a competição de acesso ao Gauchão.

A partida no Bento Freitas teve todos os elementos que fazem a fama da segunda divisão do futebol nos pampas. O time da Rainha da Fronteira começou a enrolar praticamente desde que chegou ao estádio, depois fez um gol olímpico em uma jogada isolada de ataque, se retrancou e deu um susto nos milhares de rubro-negros que acompanhavam o duelo.

Por outro lado, porém, o Xavante mostrou o melhor lado do espírito gaúcho, lutando sem parar até o final, e conseguindo o triunfo mesmo abaixo de mal tempo. Com muita determinação e garra, o rubro-negro suportou 30 faltas ao longo dos 90 minutos – algumas violentas ao extremo – e fez dois gols com Flaviano para conquistar a terceira vitória seguida no campeonato e assumir, de forma isolada, a liderança do grupo nesta arrancada.

A próxima batalha já tem data marcada. Na noite desta quarta-feira, o Brasil recebe o Guarany de Bagé, a partir das 20h30. Na rodada seguinte, será a vez de encarar o clássico BRA-FAR, no estádio Nicolau Fico. Mas a data do confronto com o Farroupilha ainda não está totalmente definida, pois a partida pode acontecer às 16h desta sexta-feira (como está marcado), ou ser transferida para o dia seguinte, sendo disputada no sábado.

O JOGO
O Brasil demorou apenas três minutos para tomar conta do jogo e iniciar a pressão sobre o Bagé. Mas o time da Rainha da Fronteira foi ainda mais rápido para começar a fazer a famosa ‘cera técnica’. Desde os primeiros movimentos da partida, enquanto o Xavante chegava forte, principalmente com Jackson, Montanelli, Felipe Oliveira e Gleisson, o jalde-negro aproveitava cada oportunidade para atrasar uma reposição de bola, ou pedir atendimento médico.

Mesmo com todo esse panorama no confronto, com os comandados do técnico Hélio Vieira chegando cada vez mais perto do gol, o destino reservou ao Bagé a tarefa de abrir o marcador. Aos 27 minutos, na segunda vez em que chegou ao ataque, a equipe visitante descolou um escanteio e o meia-atacante Julinho fez um gol olímpico.

O placar em desvantagem fez crescer exponencialmente a ânsia do Brasil, que até chegou a acelerar demais a articulação de algumas jogadas, perdendo a passada no caminho até o ataque. Mesmo assim o empate por pouco não chegou no primeiro tempo. Aos 41, Miguel lançou Felipe Oliveira em velocidade. O atacante rubro-negro invadiu a área, ficou frente a frente com o goleiro, mas não calibrou direito o chute e mandou para fora.

Na segunda etapa o gramado da Baixada parecia que estava de caída em direção à defesa do Bagé, porque o Xavante foi todo para o ataque, buscando incansavelmente a igualdade. Porém, mesmo empilhando oportunidades de gol, o a equipe da só conseguiu furar a retranca jalde-negra aos 30 minutos.

Depois de boa troca de passes e de um cruzamento perfeito de Jackson, Gleisson ajeitou na segunda trave, e Flaviano, que havia entrada minutos antes, cabeceou para fundo da rede.

O time bageense não assimilou direito o gol e quase que imediatamente partiu para o anti-jogo. Ronaldo Bagé foi o primeiro a abrir a caixa de ferramentas. Em um lance na lateral do campo, o zagueiro agrediu violentamente o garoto Gleisson, quando ele já estava caído no chão. O colega Jone acabou tomando as dores, o tumulto foi formado, e o árbitro apresentou o cartão vermelho tanto para Ronaldo, quanto para o centroavante do Brasil.

E a pancadaria não parou por aí. Logo na sequência, Moscatelli recebeu um passe bem próximo à bandeirinha de escanteio e antes que pudesse pensar em qualquer movimento, Julinho chegou voando e deu um ‘rapa’ no camisa dez do rubro-negro. Como o autor do gol dos visitantes já tinha cartão amarelo, ele foi expulso na hora.

Mas o castigo para o Bagé não foi apenas mais um jogador no vestiário. Pois, na cobrança da falta, o próprio Moscatelli levantou a bola no capricho e Flaviano apareceu na primeira trave para acertar uma cabeçada fulminante e fazer o segundo gol rubro-negro, o segundo dele na competição estadual.

Com a festa formada no Bento Freitas, e os gritos de olé ecoando das arquibancadas, a equipe jalde-negra ficou praticamente entregue. Só sobrou um último fôlego para o atacante Washington, que acertou uma cotovelada em Carlos Alberto e se juntou a Julinho e Ronaldo Bagé no chuveiro. Ele cometeu a trigésima falta do Bagé na partida, contra apenas cinco do Brasil, que no placar no jogo, ao menos, se deu melhor.

- Na preleção eu já alertava aos atletas que esse jogo seria difícil. Pois o histórico do Bagé, em competições estaduais, nos diz isso. O comportamento deles é sempre padrão, e nós sabíamos que teríamos dificuldade pela frente. Infelizmente ainda saímos perdendo o jogo, mas na segunda etapa o time continuou lutando e, por toda nossa disposição, viramos a partida – destacou o técnico Hélio Vieira.

Brasil: Adilson, Jackson, Rodrigo, Ronan, Galego; Carlos Alberto, Leandro Marangón, Miguel (Jone), Moscatelli; Felipe Oliveira (Flaviano), Gleisson (Cinval). Téc.: Hélio Vieira

Bagé: Fernando Costa, Bruno Santos, Arruda, Ronaldo Bagé, Diesson; Luciano Ritta, Wilson, Carlos Alberto (Rafael), Julinho, Jeferson; Hamilton (Washington). Téc.: Edson Machado

Arbitragem: Sérgio Rodrigues de Ávila auxiliado por José Pletsch e Jefferson Bicca da Rosa

Gols: Flaviano 30 e 39/2T (B); Julinho 27/1T (GEB)

CA: Marangon (B); Arruda, Ronaldo Bagé, Julinho, Jeferson, Waschington (GEB)

CV: Jone (B); Ronaldo Bagé, Julinho, Waschington

Leonardo Crizel - Assessoria de Imprensa GE Brasil

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