domingo, 17 de julho de 2011

Santo André 2 x 3 Brasil: arrancada perfeita do Xavante

Rubro-negro mostra muita raça e, mesmo jogando fora de casa e contra um adversário de ‘grife’, estreia com vitória na Série C

Não poderia ter sido melhor a arrancada Xavante no Campeonato Brasileiro da Série C. Na tarde deste domingo, o time da Baixada estreou na competição nacional frente ao Santo André, no estádio Bruno José Daniel, e venceu a partida por 3 a 2. Mas não foi só o placar o que ficou de positivo deste jogo inaugural. A grande presença da torcida rubro-negra, que invadiu o ABC Paulista com cinco excursões; os gols de Juninho e Marcos Denner, que representam afirmação e constatação, respectivamente; e, acima de tudo, a entrega, a determinação do Brasil durante os mais de 90 minutos foram fundamentais para uma vitória que veio nos acréscimo, e que enche de otimismo a nação vermelha e preta, na luta incessante pelo tão sonhado acesso.

Para deixar mais estonteante essa situação, que beira ao imaginário, no outro jogo do grupo Caxias e Chapecoense empataram em 2 a 2, e a liderança da Chave D ficou todinha para o rubro-negro, que no próximo domingo tem uma nova estreia. A partir das 16h, o Brasil vai jogar em casa pela primeira vez. O adversário será o Joinville, que folgou nesta rodada, e a expectativa é de que o estádio Bento Freitas estremeça com toda força, para que esse início tão bom comece a se transformar em uma campanha melhor ainda.

O JOGO
Pobre do zagueiro Sandoval. Ele deve ter se assustado quando entrou em campo ouvindo uma batucada de charanga e vendo as arquibancadas pintadas em vermelho e preto. Deve ter pensado: nós não estamos jogando em casa? Mas Pelotas não fica lá no sul do país? Pobre Sandoval. Sem saber direito o que estava acontecendo, o defensor do Santo André admitiu o espanto logo aos três minutos de bola rolando. Depois do cruzamento de Jackson, pela direita, ele esticou a perna e desviou contra o patrimônio, marcando o primeiro gol Xavante na edição 2011 do Campeonato Brasileiro da Série C.

Com o placar adverso, o time da casa foi obrigado a se ambientar e, aos poucos, começou a entrar no jogo. Aos 14 minutos, o atacante Cristiano Brasília chegou com perigo, e só não marcou porque o goleiro Vanderlei executou uma defesa fenomenal num chute disparado quase à queima-roupa. Cinco minutos mais tarde, porém, o arqueiro rubro-negro nada pode fazer. Jéferson, o parceiro de Cristiano no ataque alvi-azul, recebeu dentro da área, limpou a marcação e bateu forte, no canto, sem chances de defesa. 1 a 1 no marcador.

Após o gol de empate, o Brasil passou a sofrer com investidas mais frequentes do adversário paulista. Teve bola no travessão, e até um chute perigoso do zagueiro Sandoval, já recomposto a essa altura. Durante todo tempo, ao menos, a defesa se manteve firme, e com o arqueiro Xavante disposto a se tornar o destaque da partida, pegando tudo que vinha pela frente. No outro lado do campo, entretanto, Athos, Juba e Juninho enfrentavam muita dificuldade para carregar a bola para o ataque. Marcos Denner acabou ficando um pouco isolado, e o time da Baixada não conseguiu voltar a marcar antes do intervalo.

Mas na volta para o segundo tempo, fora a atuação do goleiro Vanderlei, que continuou brilhante, tudo mudou de figura. A equipe rubro-negra passou a acertar melhor os passes, encontrando mais espaços no gramado e chegando à frente com mais facilidade. Tão grande foi a evolução dos comandados do técnico Beto Almeida, que aos oito minutos o Xavante reencontrou a rede. A jogada começou com Juba. Ele cruzou pela esquerda, a bola passou por toda a extensão da grande área e, do outro lado, Juninho apareceu livre e arrematou de perna direita, no contrapé do goleiro André Luis. 2 a 1.

A vitória na estreia, e fora de casa, parecia o cenário perfeito para o time gaúcho. Porém, uma nova reviravolta na partida começou a acontecer pouco depois do segundo gol Xavante. Léo Medeiros chutou uma bola com o jogo paralisado, e o árbitro resolveu ser enérgico com o volante rubro-negro, que já tinha cartão amarelo e foi expulso.

Com um homem a mais no confronto, o Santo André foi para cima. E o time embalou tanto, que nem mesmo depois de perder um jogador, com a expulsão do volante Juninho, deixou de pressionar. A insistência foi tamanha, que rendeu um novo empate. Na marca dos 24, o meia Vanderlei ficou cara a cara com o xará e tocou rente a trave, deixando tudo igual outra vez.

O jogo estava cada vez mais eletrizante. O Brasil com o sistema tático meio bagunçado pela expulsão. Juninho, autor do segundo gol, saindo para a entrada do volante Neto, que teve que remendar a meia-cancha. Jackson, improvisado na lateral-esquerda, voltando para a posição de origem dele. E Nill, camisa seis de ofício, que recém chegou ao Bento Freitas, estreando às pressas, entrando no lugar de Cláudio. Ingredientes de sobra para emoção até o último segundo. Sem falar na batucada da torcida rubro-negra, que parecia interminável.

Com tudo isso, o entrosamento do time, que ainda está se encontrando, acabou substituído pela doação dos jogadores, pela determinação de todo o grupo. E na base da raça, o Brasil chegou a uma grande vitória. Aos 46 minutos, nos tão temidos acréscimos, que assombraram o Xavante na Segundona Gaúcha, o estreante Nill cruzou pela esquerda, e Marcos Denner, que havia passado 90 minutos esperando uma oportunidade, não desperdiçou a primeira que apareceu. Conforme manda o manual dos atacantes, ele cabeceou para baixo, no cantinho e deu números finais à estreia Xavante na Série C: Santo André 3 x 2 Brasil.

- Nós tivemos alguns erros durante a partida, mas aí entrou a importância de contar com jogadores maduros, porque mesmo depois de sofrer os gols, o Brasil continuou colocando a bola no chão. E foi assim que o nós conseguimos vencer o jogo e conquistar esse três pontos importantíssimos na nossa caminhada – destacou Beto Almeida.

FICHA TÉCNICA
Santo André 2 x 3 Brasil-PE

Local: Estádio Bruno José Daniel (Santo André). J: André Luis Paes Ramos (RJ), Luiz F. Scolfield Guerra Costa-RJ e Alberto Poletto Masseira (SP). CA: Jéferson, Ramazotti, Andrezinho e Cristiano Brasília (Santo André); Léo Medeiros, Athos e Vanderlei (Brasil). CV: Léo Medeiros (Brasil); Juninho (Santo André). Gols: Sandoval (contra) 3/1T , Juninho 8/2T e Marcos Denner 46/2T (Brasil); Vanderlei 19/1T e 24/2T (Santo André).

Santo André: André Luiz; Alemão, Daniel Gigante, Sandoval e Andrezinho; Juninho Capa, Mika (Ramazotti), Vanderlei e Chiquinho (Djalma); Jéferson (Pedro) e Cristiano Brasília. Técnico: Sandro Gaúcho

Brasil-PE: Vanderlei; Cláudio (Nil), Jonas, Asprilla e Jackson; Carlos Alberto, Léo Medeiros, Athos e Juba (Kim); Juninho (Neto) e Marcos Denner. Técnico: Beto Almeida

Leonardo Crizel
Assessoria de Imprensa GE Brasil

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