A data é 6 de julho de 2011. Há exatamente um ano, o Cerâmica Atlético Clube conquistava o acesso para a primeira divisão do futebol gaúcho. A conquista foi uma vitória, mas vale lembrar que ela veio de um empate. Um empate suado, em uma das partidas mais importantes da história do clube.
Líder do quadrangular final da Segundona, o CAC foi a Santa Cruz do Sul em 6 de julho do ano passado para enfrentar o Avenida. A equipe gravataiense precisava somente de um empate para conquistar a sonhada vaga para a elite do futebol gaúcho.
Após um primeiro tempo de muito nervosismo entre as duas equipes, o segundo tempo guardou todas as emoções. O Cerâmica não marcou, mas também não deixou o adversário marcar. Ainda hoje impressiona a série de defesas inacreditáveis do goleiro Donizetti.
Ao ouvir o apito final do árbitro Vinícius Costa, a emoção foi grande. Entre sorrisos e lágrimas, todos soltaram o grito: “Primeira Divisão!” Na época, a imprensa gaúcha apontou a conquista como um feito extraordinário para um clube com apenas quatro anos no futebol profissional.
O Cerâmica, vale lembrar, não ficou com o título da Segundona, que ficou com o Avenida na rodada seguinte. Mesmo sem o título, a festa de comemoração do Acesso, com direito a desfile no carro dos bombeiros, parou, literalmente, Gravataí.
FORÇA DENTRO E FORA DOS GRAMADOS
O Cerâmica foi a campo contra o Avenida com apenas um desfalque: o volante Rafael Carvalho, que estava suspenso devido ao terceiro cartão amarelo. Assim, o CAC jogou com Donizetti; Jeferson, Djair, Marcão e Pedro; Robson, Liniker, Guto (Fernando) e Thiagão (Rogerinho); Dinei (Sidney) e Cidinho. O técnico da conquista do Acesso foi o jovem Lico Freitas, que assumiu a equipe no final da 2ª fase da competição. Lico substituiu Luis Eduardo.
Ainda na comissão técnica, estavam os preparadores Felipe Harzheim e Paulo Vinhola, o auxiliar Felipe Linck, o preparador de goleiros Palmieli, o massagista Rebolo e o roupeiro Fogão.
OS PROTAGONISTAS DA GRANDE CONQUISTA
Do plantel de atletas do Cerâmica que conquistaram a sonhada vaga para a elite do futebol gaúcho, nove jogadores permanecem no Cerâmica, sendo que oito atuam como titulares na Série D do Campeonato Brasileiro.
O ex-goleiro Donizetti, no entanto, é um caso à parte. Uma das maiores estrelas do empate sem gols contra o Avenida, Aparecido Donizetti de Souza atua hoje como preparador de goleiros do clube. Os zagueiros Djair e Marcão, o lateral esquerdo Pedro, os volantes Rafael Carvalho e Robson, o meia-atacante Rogerinho e os atacantes Dinei e Cidinho seguem defendendo as cores do clube gravataiense com muita garra.
Há um ano, Rogerinho e Cidinho diziam em entrevistas que seria um sonho jogar pela primeira vez na primeira divisão. O sonho tornou-se realidade e os dois jogadores participaram da bela campanha do CAC no Gauchão deste ano.
Vice-presidente jurídico do clube, o advogado Antoninho Juarez lembra com emoção da atuação de Rogerinho contra o Grêmio pelo Gauchão deste ano. “Ver meninos criados pelo Cerâmica, como o Rogerinho, disputando uma partida do Gauchão contra o Grêmio não tem preço. As pessoas não imaginam as dificuldades que enfrentamos nesta trajetória O Cerâmica conquistou o Acesso, mas conquista maior foi destes meninos”, afirma.
SONHO CONSTRUÍDO AO LONGO DOS ANOS
Para o presidente do Cerâmica, Decio Vicente Becker, a conquista do Acesso não foi construída em uma campanha, mas ao longo de toda a trajetória do clube desde sua profissionalização. “Assumi o clube em 2006 e logo percebemos que seria possível profissionalizar o Cerâmica. Tornamos o clube profissional no início de 2007. Mas nós queríamos mais. E ao custo de muito trabalho e persistência conseguimos levar o Cerâmica para a primeira divisão. Hoje, o clube deixou de ser dúvida. O Cerâmica está consolidado na elite do futebol gaúcho”, afirma o presidente.
Gerente de Futebol Profissional na época da conquista e hoje responsável pelas obras de ampliação do estádio Antônio Vieira Ramos, Paulo Cézar Magalhães afirma que chegou ao clube vendendo sonhos. “Cheguei no clube a convite do presidente Decio Becker e vendi para ele a ideia de que era possível profissionalizar o Cerâmica. Com o clube profissionalizado, eu vendi a ideia que era possível o clube jogar a primeira divisão. Eu parecia um vendedor de sonhos. Hoje é tudo realidade. Não foi fácil, mas a própria Federação Gaúcha de Futebol reconhece o Cerâmica como um modelo entre os clubes do interior”, ressalta PC.
Atuando como coordenador da preparação física dos atletas ao longo de toda a Segundona 2011, Felipe Harzheim hoje coordena a escolinha do CAC. O ex-preparador lembra que a conquista foi fruto do empenho de profissionais e atletas envolvidos com o clube desde a época do futebol amador.
“A competição durou quase sete meses, contando do início da pré-temporada até o final, em julho. Foram 32 jogos. Preparamos os atletas fisicamente para uma guerra. Eles jogaram partidas com barro até a canela. Mas no final deu tudo certo. O resultado é que quase 70% dos jogos foram vencidos no segundo tempo. Foi a concretização de um sonho. E o mérito é todo de um grupo de atletas que acreditou que o sonho poderia se tornar realidade”, finaliza.
Leandro Domingos
Comunicação Cerâmica Atlético Clube
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