Voltando
à Copa. Em 4 de maio, a notícia era das preocupações do técnico da seleção
nacional, Flávio Costa: as arbitragens, a concentração dos jogadores e também a
seleção inglesa, considerada por Costa a grande concorrente. Ver-se-ia, tempo
depois, que a Inglaterra seria o grande vexame da Copa, sendo recepcionada na
volta com um protesto dos jornais locais na forma de anúncios fúnebres.
No dia 17 de maio, a Folha da Tarde
anunciava que o prefeito Ildo Meneghetti elevava para 500 mil cruzeiros o
auxílio do município para a reforma no estádio dos Eucaliptos. Observa-se que,
60 anos depois, há a discussão do uso do erário público na reforma ou
construção de estádios para a Copa de 2014. O tempo passa, a história se
repete...
Em 22 de maio, seria realizado no Palácio
Itamarati, às 16h, o sorteio das chaves da Copa do Mundo. Representando a FRGF,
o seu presidente, Aneron Correia da Silveira. Ficaram assim definidas: Brasil,
México, Iugoslávia, Suíça (Chave A); Inglaterra, Espanha, Estados Unidos, Chile
(Chave B); Itália, Suécia, Paraguai, Índia (Chave C); Uruguai, Bolívia,
Portugal, França (Chave D). A participação da seleção lusitana ainda era uma
incógnita e a FIFA já cogitava substituí-la por Egito ou Israel.
Sorteadas as chaves, era momento de montar
a tabela de jogos. E a manchete de 25 de maio na FT: “Dia 25 de junho, em Porto Alegre, Uruguai x França pelo Campeonato do
Mundo”. Esta frase demostrava a grande satisfação de se ter na capital
gaúcha um grande jogo de duas grandes seleções. Mas a alegria duraria pouco.
Além de Porto Alegre, cogitava-se, para a
primeira rodada, partidas em Juiz de Fora (Suécia x Índia), Curitiba (Bolívia x
Portugal), Rio de Janeiro (Brasil x México, partida inaugural e Espanha x
Inglaterra), Recife (Suíça x Iugoslávia), São Paulo (Itália x Paraguai) e Belo
Horizonte (Estados Unidos x Chile). Campinas era outra cidade também listada, a
priori.
Na edição de 31 de maio da FT, a novidade
era o convite da CBD para que se formasse uma seleção Gre-Nal para a disputa de
um amistoso preparatório contra a seleção brasileira A (titular), a ser jogado
no domingo, dia 4 de junho. O palco seria o estádio de São Januário. No dia
seguinte, eram divulgados os jogos que seriam disputados em Porto Alegre: além
de Uruguai x França, Iugoslávia x México e Suíça x México, adversários do
Brasil na primeira fase.
Dias depois se confirmavam duas
desistências: em 2/6, em telegrama enviado pelo “governo civil de Lisboa”,
Portugal não iria à Copa por “não estar
tecnicamente preparada para a prova máxima do football internacional”. E a
França abdicava da competição por discordar da tabela de jogos, alocados em
sedes separadas por grande distância (Recife e Porto Alegre). Outra versão dava
conta que, depois de derrotas esmagadoras para Escócia e Bulgária, os franceses
teriam dito: “Que iremos fazer no Rio?”.
E não vieram. Quem também ameaçava não vir era a Iugoslávia.
No domingo sequente, dia 4, enfrentavam-se
em São Januário o Combinado Gaúcho e o Brasil, cuja prévia anunciava, no CP,
como uma “prova de fogo da Seleção Brasileira
frente à fibra gaúcha”. Ao final, derrota do Combinado por 6 a 4, gols de
Ademir (3 vezes), Zizinho e Jair (duas vezes), com Hermes, do Grêmio, fazendo
todos os tentos dos gaúchos.
A Seleção venceu com Barbosa; Augusto e
Mauro; Eli (Bauer), Danilo (Rui) e Alfredo (Noronha); Maneca, Zizinho (Ademir),
Baltazar, Ademir (Jair) e Chico. O Combinado Gre-Nal alinhou com Ivo; Nena e
Jari; Hugo, Ruarinho e Heitor; Balejo, Hermes, Adãozinho, Mujica e Ariovaldo
(Aris). Mário Vianna apitou a peleja, com renda de 111.970 cruzeiros. Ainda
sobre o futebol local, o Grêmio fez amistoso em Santa Cruz do Sul (8/4), na
inauguração do Estádio dos Eucaliptos, do Esporte Clube Avenida. E venceu por
incríveis 13 a 2.
Na edição de 14 de junho, os enviados do
CP Cid Pinheiro Cabral e Santos Vidarte, a caminho da Capital Federal, pararam
em Curitiba, e criticaram o estádio Durival de Brito, pertencente então ao
Ferroviário. Nas palavras de Cid, “o estádio não apanha mais gente do que a
geral do Cruzeiro”, e a única reforma feita foi a construção de calçadas ao
redor do estádio. Sobre o Estádio dos Eucaliptos, o anuncio era referente à
cerca que separa o campo da arquibancada, aumentada para 2,80 m.
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