sábado, 14 de junho de 2014

Porto Alegre e a Copa de 1950 - parte 4

“Pouco antes das 15 horas, o referee trilou o apito, dando início à contenda, cabendo dar a saída aos mexicanos, que avançaram, para Casarin atirar ao lado da meta eslovena. Recarga iugoslava, sem resultados práticos”. (FT)

      “Poucos fouls – dois ou três – foram apitados e esses mesmos provenientes mais de encontros casuais do que propriamente do desejo de atingir o corpo do adversário”. (CP)

      (...) Um craque, desde logo, destacou-se dos demais: o médio direito europeu Cajkowski, elemento de grande valia para o team estando sempre onde estava o perigo, fosse auxiliando a defesa, fosse empurrando para a frente a linha atacante do seu quadro”.(CP)

      “Foi dos mais justos e expressivos o triunfo que o esquadrão representativo da longínqua Iugoeslávia adjucou-se, na tarde de ontem, no estádio dos Eucaliptus, ao enfrentar o conjunto da República Mexicana”.

      Não fora o injustificável e antiesportivo senão, verificado ao apagar das luzes da partida, quando o arqueiro montenegrino desferiu violento soco no estômago de Velasquez, poder-se-ia afirmar que Pôrto Alegre assistira a uma das mais brilhantes tardes futebolísticas da sua história”. (CP)

      O que se verifica que desde o único a Iugoslávia foi superior, o que foi expresso na marcação de dois gols.

      “O tento que abriu a contagem no macht de ontem foi assinalado aos 19 minutos, da seguinte maneira: Djajic estende adiantado ao ponteiro Mihalovic, que avança alguns passos e centra atrazado. Bobek domina a pelota e desfere um shoot de meia altura, vencendo, à esquerda, o keeper Carvallal: Iugoslávia 1, México 0”. (FT).

      Note a riqueza dos detalhes do lance que resultou no primeiro gol dos europeus. E também nota-se o grande número de palavras ainda não aportuguesadas referente ao futebol: team, match, shoot, keeper, etc.

      Segue: “Poucos minutos depois, ou sejam aos 23, os iugoslavos assinalam o segundo tento, desta feita assim consignado: Mitic serviu muito bem a Tomasevitch, que com calma, e bem a gente do goal, estendeu muito bem a Cjakowsky II, que se encontrava completamente desmarcado. O ponteiro atirou com precisão, assinalando o segundo tento para suas cores (...)“. (FT)

      Um costume da época era indicar como I (primeiro) ou II (segundo) atletas homônimos e que atuavam na mesma equipe. Atualmente, usa-se nomes compostos para identificar os jogadores.

      “Persistem os mexicanos completamente dominados, principalmente o quinteto atacante, que em nenhum momento põe em perigo o reduto final esloveno. Enquanto isso, os balcânicos dão insano trabalho a defensiva azteca”. (FT).

      Observemos os relatos referentes ao segundo tempo.

      “Após o descanso regulamentar, voltaram ao campo as duas equipes, para Mister Leafe dar reinício à contenda, com a saída agora, dos iugoslavos. (...) Estavam os aztecas no ataque quando Ivanovich aliviou a pressão, num forte rechaço, enviando a pelota ao ponteiro direito Mihalovic (...) Perto da linha de fundo centrou alto frente ao goal contrário. Djajic cabeceou para traz, na direção de Cjakowsky II, que, por sua vez, atirou forte e à queima-roupa, vencendo o keeper Carvallal: Iugoslávia 3, México 0. Diante da superioridade técnica no placard dos europeus, o público, que já não vinha se mostrando muito interessado pela contenda, passa a abandonar o campo” (FT)

      “Aos 35 minutos, Mihalovic escapou pela direita, indo até a frente à linha de fundo, de onde atrasou para Tomasevic, dando ocasião a que o mesmo desferisse violento pelotaço (...) era o 4º. E último goal dos iugoeslavos (...)” (CP).

      Mas a partida seria marcada não pela técnica superior dos iugoslavos, mas por uma agressão do goleiro Mrkusic em Velasques, o que provocou protestos da platéia.

      “Faltavam apenas três minutos para ser encerrado o cotejo, quando numa avançada da linha mexicana, Velasquez se choca com o keeper Mrkusic. Este, depois de atirar a bola para a frente, desferiu violento soco no estômago do winger azteca, que caiu ao solo. O árbitro nada viu, porém essa agressão foi observada por um dos 'bandeirinhas', que imediatamente lhe comunicou. O referee ordenou a cobrança de penalty, como tanto chamou a atenção do arqueiro balcânico. Este gesto provocou repulsa dos assistentes, que atirou laranjas no agressor. (...) Coube ao médio Ortiz cobrar a penalidade máxima, fazendo muito bem, pois, com um shoot rasteiro e bem calculado, venceu a perícia do keeper esloveno (...)”. (FT)


      A Iugoslávia venceu com Mrkusic; Horwat e Stankovic; Cajkowsky, Iavanovich e Mitich; Mihalovic, Djajic, Tomasevic, Bobek e Cajkowsky II. O México teve Carvallal; Gutierrez, Gomez e Rocca; Ortiz e Caburú; Septien, Naranjo, Casarin, Pérez e Velasquez. Reginald Leafe foi o juiz. A partida rendeu 320.690 cruzeiros. O público foi estimado em 11 mil espectadores.

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